Contents
- 1 Saiba Todos os Detalhes da Volta na Ilha Grande, Um dos Trekkings Mais Bonitos do Brasil!
- 2 Pra Começar
- 3 A Trilha
- 4 Como Chegar
- 5 O Que Levar
- 6 Quando Ir
- 7 Onde Ficar
- 8 Relato da Volta na Ilha Grande
- 8.1 Primeiro Dia: Angra dos Reis – Vila do Abraão – Lazareto – Cachoeira da Feiticeira – Praia da Camiranga
- 8.2 Segundo Dia: Praia da Camiranga – Saco do Céu – Freguesia de Santana – Lagoa Azul – Mirante do Bananal
- 8.3 Terceiro Dia: Mirante do Bananal – Praia do Matariz – Praia do Sítio Forte – Cachoeira da Longa – Lagoa Verde
- 8.4 Quarto Dia: Lagoa Verde – Praia Grande de Araçatiba – Praia Vermelha – Gruta do Acaiá – Praia do Provetá
- 8.5 Quinto Dia: Praia do Provetá – Praia do Aventureiro – Mirante do Sundara – Pedra da Espia – Praia do Sul – Praia do Leste – Praia de Parnaioca
- 8.6 Sexto Dia: Praia de Parnaioca – Museu do Cárcere – Praia de Dois Rios – Praia do Caxadaço – Praia de Santo Antonio – Praia de Lopes Mendes – Praia das Palmas
- 8.7 Sétimo Dia: Praia das Palmas – Vila do Abraão – Pico do Papagaio
- 8.8 Oitavo Dia: Pico do Papagaio – Vila do Abraão – Angra dos Reis
- 9 Quer A Rota Que Eu Fiz?
- 10 Para Fechar
- 11 Se Liga!
- 12 Referências:
Saiba Todos os Detalhes da Volta na Ilha Grande, Um dos Trekkings Mais Bonitos do Brasil!
Pra Começar
A volta na Ilha Grande é um clássico do trekking nacional. Se você curte uma bela de uma caminhada, chegou a hora de pegar caneta e papel, tomar suas anotações e já preparar seu plano para uma aventura que será inesquecível!
Localizada na famosa Costa Verde fluminense, no município de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, a ilha Grande não leva este nome à toa. Ela de fato é enorme!
Com 193km² de área, 113 praias e quase 140km de trilhas, ela integra a Área de Proteção Ambiental dos Tamonhos e é subdividida em Parque Estadual da Ilha Grande (PEIG), Parque Estadual Marinho do Aventureiro (PEMA) e Reserva Biológica da Praia do Sul (RBPS).
Dica do Rod: a praia do Aventureiro, a Praia do Sul e a praia do Leste fazem parte da Reserva Biológica da Praia do Sul, administrada pelo INEA, e possuem restrições:
- Com relação à praia do Aventureiro, a restrição se refere ao acampamento. Assim, ao chegar em Angra dos Reis, solicitar autorização para acampar na praia do Aventureiro diretamente no Centro de Informações Turísticas da cidade;
- Já no que se refere às praias do Sul e do Leste, a restrição envolve a proibição total de visitação, devendo este trecho da volta ser feito de barco.
Dica do Rod: eu nem sabia destas exigências quando completei a volta na Ilha Grande e não presenciei nenhuma fiscalização, inclusive neste único trecho com restrições que começa na praia do Aventureiro, passa pela praia do Sul e do Leste e chega na praia da Parnaioca.
Eu tive a chance de percorrer mais de 120km de suas trilhas passando por praias, cachoeiras, picos no meio da mata nativa, sítios históricos e uma infinidade de experiências que só quem se arrisca a completar esta volta pode viver!
Abaixo trago todos os detalhes da Volta na Ilha Grande com tudo que você precisa fazer para também completar este trekking fantástico!
Bora lá!
A Trilha
O trekking da Volta na Ilha Grande normalmente se inicia na Vila do Abraão (local de maior infraestrutura de toda a ilha) e é percorrido em sentido anti-horário até bater neste mesmo ponto, isso depois de mais de 100km percorridos caso a volta seja inteira completada a pé.
Dica do Rod: ao chegar na Vila do Abraão no seu primeiro dia, já decida se você vai subir o pico do Papagaio logo de cara ou só no último dia da volta na ilha, pois o acesso para o pico se dá pela Vila do Abraão.
Preste atenção na previsão do tempo da semana toda e faça o pico do Papagaio quando as condições estiverem na melhor forma, não queira pegar uma tempestade lá em cima como eu peguei (leia abaixo).
Logisticamente falando, deixar para o último dia o pico do Papagaio é a melhor escolha e você ainda finaliza com chave de ouro, pois o amanhecer lá do cume é sensacional!
Todo esse caminho repleto de praias paradisíacas, águas cristalinas para snorkel e mergulho, cachoeiras, vilas de pescadores e uma infinidade de cenários pitorescos pode ser percorrido em 8 dias intensos, mas que valem por cada minuto vivido por ali.
Dica do Rod: se você quiser (e eu recomendo fortemente) você pode levar mais tempo completando sua volta na ilha, até porque há praias que você simplesmente não quer arredar o pé de jeito nenhum.
Em menos tempo que isso, creio que ficaria um pouco corrido e você teria pouco tempo para aproveitar tudo que aquele lugar tem para te oferecer (e não é pouco, vá por mim!).
Raio-X da Trilha
Volta Na Ilha Grande completa + Pico do Papagaio
- Nível: difícil em razão da distância;
- Extensão: 120,88km;
- Duração: 8 dias e 7 noites;
- Altitude Máxima: 924m (Pico do Papagaio);
- Ganho de Elevação (somatório de todas as subidas): 5633m;
- Perda de Elevação (somatório de todas as descidas): 5633m;
- Tipo de Trilha: circular.
Dica do Rod: caso a volta completa te pareça demais, considere dar apenas meia volta na Ilha Grande, partindo da Vila do Abraão em sentido anti-horário até a praia do Aventureiro.
Neste caso, você terá que contratar um barco particular para voltar da praia do Aventureiro direto para Angra dos Reis ou para a Vila do Abraão, já que que não há transporte regular entre estes trechos.
O valor vai depender da quantidade de pessoas no barco. Quanto mais pessoas, mais barato.
Como Chegar
O acesso à Ilha Grande pode ser feito por três localidades diferentes da costa fluminense:
- Conceição do Jacareí: a mais prática para quem vem da cidade do Rio de Janeiro;
- Magaratiba: a mais próxima para quem vem da cidade do Rio de Janeiro, mas com o trecho de barco mais longo;
- Angra dos Reis: a mais prática para quem vem tanto de Belo Horizonte como de Paraty-RJ e da cidade de São Paulo.
Dica do Rod: quer viajar de carro, mas está sem um no momento? Alugar um carro pode ser a solução! E, se dividido entre amigos, sai mais barato que ir de ônibus. Se liga nesta promoção abaixo e se joga, parceiro(a)!
Conceição do Jacareí -> Ilha Grande
Aqui há barcos rápidos (fast boats) e escunas. Os primeiros levam mais ou menos 15 minutos para cruzar até a ilha, enquanto as escunas demoram uns 50 minutos.
Há saídas todos os dias para os dois tipos de barcos e em ambos os sentidos.
Confirme os preços e horários diretamente com as companhias:
Mangaratiba -> Ilha Grande
A partir de Mangaratiba, a opção será a barca pública operada pela CCR.
Há saídas todos os dias a partir do cais de Mangaratiba e a viagem demora em média 1h e 20min.
Confirme os preços e horários atualizados aqui.
Angra dos Reis -> Ilha Grande
Se você for acessar Ilha Grande por Angra dos Reis, poderá optar por barcos rápidos (fast boats), escunas e a barca pública CCR.
As barcas fazem a travessia até Ilha Grande em 1h e 10min, as escunas em 1h e 30min e os barcos rápidos em aproximadamente 30min.
Confirme preços e horários abaixo, diretamente com as companhias.
- Escunas e Fast Boat Objetiva, embarque na estação Santa Luzia;
- Barca pública CCR, embarque no cais da Lapa, centro de Angra dos Reis;
Dica do Rod: a barca pública é de longe a opção mais barata para chegar na ilha, mas tem menos opções de horário.
Portanto, atente-se bem para organizar sua chegada a Angra dos Reis um pouco antes do horário de partida da barca.
Dica do Rod: em todas as localidades de acesso a Ilha Grande tem diversos estacionamentos para você deixar o carro enquanto completa sua volta na ilha.
Só fique bastante atento aos preços cobrados porque eles variam demais.
Se possível, vá de ônibus até a localidade de acesso à ilha e evite pagar o estacionamento diário.
Dica do Rod: se você estive passeando por toda Costa Verde fluminense, faça o trajeto entre Angra dos Reis e Paraty com os ônibus urbanos.
Eles custam por volta de 12 reais e percorrem em 2 horas os 95km entre as cidades. Partem da rodoviária de Paraty e vão até o porto de Angra.
Dica do Rod: é possível acessar Ilha Grande diretamente de Paraty, mas o valor é bem mais salgado, algo em torno de 300 reais por pessoa. Veja aqui na Safari Transfer.
Ônibus
Há algumas empresas que fazem o trajeto de ônibus entre São Paulo ou Rio de Janeiro e a cidade de Angra dos Reis, RJ.
Dica do Rod: se você quer tirar dúvidas com relação ao preço e conseguir o melhor horário para se mandar para Angra, faça isso agora mesmo! É só clicar abaixo! De quebra, você ainda aproveita a parceria Rod de Mochila & ClickBus.
O Que Levar
Essencial
- Mochila Cargueira: a caminhada é longa! Nada de ir com mochila de escola! Arrume uma mochila que te abrace, você vai precisar;
- Bota ou tênis de caminhada: a trilha é bem demarcada e limpa, mas não dê sopa para o azar. Vista uma boa bota e evite torções.
- Barraca: é mais que necessária se você quiser fazer a volta na maneira mais roots que tem, mas é bem possível você encontrar pousadas na maioria das praias;
- Saco de Dormir e Isolante Térmico: apesar de você estar em uma ilha, à noite a temperatura sempre cai, então não esqueça deles não;
- Comida: leve lanches, barrinhas de cereais ou proteínas, frutas e chocolate para comer durante as caminhadas. Para refeição principal, leve um fogareiro e faça sua comidinha lá, mas não se esqueça de levar todo resíduo gerado de volta com você. É possível almoçar em restaurantes na maioria das praias;
- Lanterna de Cabeça: a lanterna do celular não é suficiente num breu, portanto arrume uma lanterna de verdade, você pode precisar!
- Câmera ou Celular e Carregador Portátil: leve algo para registrar esse rolé, você não vai se arrepender;
- GPS: a trilha é bem demarcada, mas é muito longa, portanto não confie apenas na sua intuição;
Dica do Rod: se você não tem um GPS próprio, baixe um aplicativo que faça as vezes de um. Eu uso e sempre indico o Wikilok.
Se quiser, acesse meu tracklog dessa travessia mais abaixo, isto é, o percurso compelto que eu percorri.
É só baixar o app, o tracklog e seguir!
- Repelente: o litoral e seus borrachudos! Não se esqueça do seu;
- Protetor Solar: há vários trechos da volta totalmente expostos ao sol, então nem brinque nesta questão;
- Snorkel: se quiser poupar dinheiro alugando um por lá, já coloque o seu na mochila, porque você vai usar bastante;
- Pazinha ou Shit Tube e Papel Higiênico: você pode ou enterrar bem e longe de uma fonte de água, ou levar embora, mas não me deixe seus vestígios biológicos para todo mundo ver;
Vai de Você
- Roupa Leve e Para Nadar: neste trekking o que não faltam são opções de praias e cachoeiras para se molhar;
- Toalha: andar bem seco sempre é bom!
- Canga: se não quiser sujar o bundinha de areia naquela hora de ficar sentado na praia, leve uma com você;
- Chinelo: sempre tenho um par na mochila;
- Óculos de Sol, Boné: ajudam bastante e te deixam no jeito;
- Utensílios de Cozinha: se for cozinhar e não quiser ficar na mão, leve uma faca, um canivete e talheres;
- Bastão de Caminhada: eu não uso para ser honesto, mas tenho que concordar que pode aliviar bastante a caminhada.
Sem Equipamentos para Trilhar?
Não acredito!
Não deixe de viver algo que pode marcar a sua vida simplesmente porque você não tem equipamentos, não tem ideia de onde conseguir ou não sabe qual comprar.
Dica do Rod: vá para página de Equipamentos Para Trekking do site.
Lá te dou dicas de equipamentos, mostro exemplos e abro um canal direto comigo para caso tenha alguma dúvida sobre qual equipamento escolher você saná-las de uma vez por todas e finalmente se jogar no mundo outdoor!
E de quebra, você ainda aproveita a parceria Amazon & Rod de Mochila!
*veja mais sobre a parceria Amazon & Rod de Mochila!
Quando Ir
Escolher a melhor data para visitar Ilha Grande não é tarefa simples.
O clima da região é bastante instável e vai ser difícil você conseguir pegar uma semana completa de sol e sem chuva para você completar sua volta na ilha.
Entretanto, há períodos do ano que são mais secos, então se você quiser fugir das chuvas, fique ligado agora:
- Verão (dezembro a março): é a estação mais chuvosa e mais lotada da ilha. A média de precipitação chuvosa é de 241mm no mês de janeiro e os dias também são mais quentes, atingindo os 28° graus normalmente. Nesta época, tudo também fica mais caro, portanto, se quiser economizar e não se molhar, já sabe que período evitar;
- Outono (abril a junho): é a melhor época para conhecer, já que as chuvas diminuem bastante, os dias ficam mais claros, as praias mais vazias e ainda há calor suficiente para te manter aquecido durante a caminhada;
- Inverno (julho a setembro): bem parecido com o outono, mas um pouco mais frio e com mais movimentação e preços maiores devido às férias escolares do mês de julho;
- Primavera (setembro a dezembro): as chuvas recomeçam e atingem níveis de humidade do verão. A única diferença é que a ilha ainda fica mais vazia que no período mais quente do ano.
Dica do Rod: já fui várias vezes a Ilha Grande. É quase impossível escapar de chuva por lá. Mas não desanime! Completei a volta no pior mês teoricamente para fazê-la (janeiro) e deu tudo mais que certo! Só peguei chuva no primeiro e no último dias.
Onde Ficar
Este rolé dura mais de uma semana!
Toda noite você vai precisar ficar em algum lugar diferente.
No relato abaixo, eu te mostro onde fiquei cada noite e ainda cito outras possíveis opções.
Mas se já quiser ir adiantando, cheque estas sugestões de acomodação no Agoda ou no Airbnb, todas elas estão lá!
*Conheça mais sobre a parceria Rod de Mochila & Agoda e Rod de Mochila & Airbnb, agilize sua acomodação e economize muito mais!
Relato da Volta na Ilha Grande
Primeiro Dia: Angra dos Reis – Vila do Abraão – Lazareto – Cachoeira da Feiticeira – Praia da Camiranga
Depois de passar mais de 4 meses em um mochilão pelo sudeste asiático (ouça o podcast sobre esta trip aqui) e voltar de maneira surpresa para o Brasil, eu encontrei minha família que estava de férias em Paraty para as festas de final de ano.
Passada toda aquela bagunça do réveillon e matada a saudade da família, resolvi começar o ano que chegava da maneira que mais gosto: trilhando por aí de maneira totalmente independente.
O destino escolhido da vez foi Ilha Grande, local que já estive antes por diversas vezes e que sempre me instigava a dar um passo a mais, qual seja, completar a volta inteira naquela ilha a pé.
Tomada a decisão, mochila arrumada e bota no pé, parti para Angra dos Reis em uma manhã qualquer do mês de janeiro.
Chegando no centro da cidade, já me dirigi na mesma hora para o cais da Lapa, local de onde sai a barca pública da CCR, opção mais barata para chegar na Vila do Abraão em Ilha Grande.
Dica do Rod: neste primeiro dia o segredo é se organizar para chegar em Angra dos Reis o mais perto possível do horário de partida da barca. Veja no site da concessionária CCR os horários e preços atualizados para não precisar ter que pagar por barcos particulares, que são muito mais caros.
Por volta das 13h eu já estava embarcado e seguindo rumo a Ilha Grande.
Depois de aproximadamente 1 hora e 10 minutos de travessia, cheguei na Vila do Abraão umas 14h e às 15h finalmente comecei a travessia.
Dica do Rod: a Vila do Abraão tem a melhor infraestrutura da ilha. Aproveite para pegar algo que ficou faltando na última hora aqui, pois depois vai ser difícil encontrar ou, se encontrar, vai ser bem mais caro.
Dica do Rod: se quiser chegar e dar um tempo na Vila do Abraão antes de começar a volta de fato, estas são algumas opções de hospedagem:
Dica do Rod: preste atenção no Pico do Papagaio ao chegar na Vila do Abraão (não tem como não achar) e já mentalize que você estará lá no topo logo logo!
O tempo não estava dos melhores, até por isso deixei para fazer o Pico do Papagaio para o final da volta.
Ao deixar a Vila do Abraão em sentido anti-horário, a primeira praia que você vai encontrar depois de uns 15 minutos de caminhada é a Preta.
Já logo ali do lado, aparece o primeiro sítio histórico relevante da ilha, as Ruínas do Lazareto, local usado no final do século retrasado e começo do século passado como um hospital de quarentena e mais tarde, já a partir de 1932 no governo de Geúlio Vargas, como uma colônia penal.
De volta à trilha, cheguei em pouco tempo ao Poção e ao Aqueduto que antigamente abastecia a Vila do Abraão e o Hospital do Lazareto.
Dali mais uns 20 minutos e cheguei na cachoeira da Feiticeira.
Esta cachoeira não é das maioreis, mas é bem gostosa e vale o desvio.
Depois de um tempo na cachoeira, segui para a praia da Feiticeira e foi aí que o tempo que até então estava apenas ruim, nublado, resolveu dar as caras.
Começou uma chuva forte e não tive muito o que fazer a não ser apertar o passo e só passar por algumas praias (como a do Iguaçú) até chegar na Praia da Camiranga onde passei a noite.
Aliás, aqui eu dei muita sorte!
O intuito inicial era chegar até o Saco do Céu, mas como comecei tarde a caminhada, não foi possível.
Aí, na praia da Camiranga, logo que cheguei (umas 19h30min), consegui me abrigar em um quiosque que estava fechado na esperança que a chuva passasse, o que não aconteceu tão cedo.
A sorte estralou quando o dono do quiosque saiu da casa ao lado e, depois de um papo bem agradável ao som daquela chuva, deixou com que eu montasse minha barraca no deck dele, logo na frente do quiosque e bem em cima da areia da praia. Detalhe: de graça!
Bom, como esperado, a chuva deu uma trégua depois que eu montei a barraca.
A noite então foi bem tranquila e o amanhecer do dia seguinte já dava mostras do que eu encontraria durante toda a volta na Ilha Grande.
Segundo Dia: Praia da Camiranga – Saco do Céu – Freguesia de Santana – Lagoa Azul – Mirante do Bananal
Amanheci como você imagina: em um dia ensolarado e tranquilo ao som das águas calmas da Praia da Camiranga.
Mochila arrumada, voltei à trilha por volta das 7h30min da manhã.
A caminhada aqui é pela areia da praia e às vezes por trás das casas dos moradores da ilha.
Depois de uma hora de caminhada e de ter passado pela Praia de Fora, cheguei no Saco do Céu.
Aqui foi o lugar que escolhi para quebrar a caminhada e descansar um pouco.
Acontece que dessa vez eu escolhi o lugar errado!
Acabei entrando em um hotel que estava com as portas abertas sem pedir e me sentei na espreguiçadeira deles de frente para o mar.
Ali, fiz um varalzinho com minhas roupas molhadas do dia anterior e comecei a comer uma bolachinha para energizar e continuar a caminhada.
Mas o gerente do lugar não gostou muito destas ideias. Aí já sabe né?! Ele pediu para que eu arrumasse minhas coisas e zarpasse.
Foi exatamente isso que eu fiz, sem antes dizer muito obrigado pelos minutos de paz que desfrutei por ali.
Dica do Rod: se você começar a caminhar no primeiro dia bem cedo, o Saco do Céu é um ótimo lugar para você fazer seu primeiro pernoite. Uma sugestão de hospedagem pode ser o Camping e Pousada Gata Russa.
Depois do Saco do Céu, cheguei na Praia do Funil, uma praia bem pequena e muito parecida com um funil de verdade.
Mais um pouco de caminhada e já estava na Praia do Japariz por volta das 10h30min.
Parei, escolhi um dos inúmeros restaurantes que têm ali na beira da praia e peguei um açaí enorme. Depois, tomei um belo banho de mar, descansei um pouco e segui a caminhada.
Aqui o caminho segue beirando o mar e fica simplesmente sensacional até chegar na bela Praia da Freguesia de Santana.
Dica do Rod: na praia da Freguesia de Santana, ou você segue à esquerda sentido a igrejinha de mesmo nome e continua a volta na Ilha Grande normalmente, ou você atravessa a praia toda e pega uma trilha bem escondida no canto esquerdo da praia que te leva ao local mais próximo da famosa Lagoa Azul.
Esta trilha vai te levar até outra praia bem pequena, aí você cruza ela também e chega em um amontoado de rochas onde você pode deixar a mochila e cair na água!
Tartaruga é o que não falta, eu mesmo nadei por bons minutos com uma por ali!
*a Lagoa Azul é um dos melhores lugares da ilha para fazer Snorkel. Normalmente a galera paga mais de 50 reais para fazer um passeio de barco até ali, mas é bem possível chegar andando deste jeito que te falei. Quando não der mais para ir, é só encostar a mochila nas rochas, pegar o snorkel e ir nadando em direção aos barcos, pois é bem ali que fica a Lagoa Azul.
Depois de curtir mais de uma hora de snorkel na Lagoa Azul com direito a tartaruga e tudo mais, voltei para praia da Freguesia de Santana, segui em direção à igrejinha e continuei minha caminhada, depois de descansar no lugar mais macabro que eu poderia ter escolhido.
Ao lado da igreja tem uma sombrinha bastante convidativa e um suposto banco que te chamam para descansar e curtir aquele silêncio. Acontece que o suposto banco é um tumba e eu nem percebi. Aí já viu, né?! Quando me dei conta levantei rapidinho e nem olhei para trás!
Dica do Rod: é difícil pegar a igreja da Freguesia de Santana aberta para visitação. No fim de julho acontece a festa de Santana, que é organizada pelos moradores dos arredores, talvez seja mais fácil encontrá-la aberta.
Continuando a caminhada, passei pela praia de Grumixama e mais uma ou outra até chegar na Enseada do Bananal por volta das 15h.
*Grumixama é um fruto típico de Ilha Grande. Parece com a jaboticaba tanto no sabor quanto no formato, mas na verdade é prima da pitanga, sendo considerada a cereja brasileira. Que salada de fruta esta, hein?!
Aqui surgiu o dilema: ir para o camping e ficar ali na praia da Enseada do Bananal mesmo, ou subir a trilha do Mirante do Bananal e pernoitar lá no topo?
Eu estava bem cansado e resolvi ir para o Camping da Cristina, o qual recomendo fortemente.
Chegando lá, deixei minhas coisas e fiquei conversando com o marido dela, que me alertou para não subir a trilha para o Mirante do Bananal por causa que o tempo estava para virar.
O papo acabou e fui procurar algo para comer na praia (ali tem alguns restaurantes) e continuei com a ideia do mirante na cabeça.
Depois de dois pasteis e muito mais fôlego, voltei ao camping, peguei minha mochila de volta e mudei os planos! Fui ver o que tinha de tão legal naquele Mirante do Bananal. E valeu a pena!
Comecei a trilha umas 16h30min. Eu precisava subir rápido para aproveitar a luz do dia e ainda fechar com o entardecer lá de cima.
Depois de 1 hora de subida intensa e sem paradas a partir da Enseada do Bananal, eu cheguei esbaforido lá no topo, mas dentro da meta, com um final de tarde sensacional e o cume só para mim durante a noite toda!
Terceiro Dia: Mirante do Bananal – Praia do Matariz – Praia do Sítio Forte – Cachoeira da Longa – Lagoa Verde
Acordar no alto de um mirante sozinho, com aquele mar imenso na sua frente e um silêncio contagiante anima qualquer um e comigo não foi difrente.
Comi umas besteiras rápidas que estavam comigo, desmontei a barra e desci de volta para Enseada do Bananal. Dali, voltei à trilha principal e segui viagem!
A próxima parada é a Praia do Matariz. Antes das 9h da manhá eu já estava lá tomando um sacolé maravilhoso! Aliás, tomei uns três, sério! Estava muito calor e este negócio é sensacional, aí já viu!
Dica do Rod: para tomar este sacolé, procure pela Casa Verde da Ilha na Praia do Matariz.
É simples e delicioso! E a dona da casa, além de muito gente boa, ainda me encheu as garrafinhas com água bem gelada e de graça!
Continuei a pernada e agora a fome já apertava e muito, até porque no dia anterior eu tinha comido bem pouco.
Ao passar pela Praia de Passa-Terra, tentei comer em algum restaurante, mas estava impossível! Mais de 40 reais por um prato executivo! Pior que eu não estava tendo muitas opções, já que não havia levado meu kit de cozinha para esta viagem.
Tentei almoçar na praia seguinte também, a Praia de Maguariqueçaba, mas continuava inviável pelo preço. O jeito foi nadar um pouco para passar a fome.
Já era meio dia passado quando cheguei na Praia do Sítio Forte e a sorte mais uma vez sorriu para mim!
Estava lá eu enchendo minhas garrafinhas em uma bica que tem no centro da praia e percebendo um restaurante flutuante no meio do mar.
De repente sai um cara daquele restaurante em um barco. Eu já sabia que não daria certo, mas mesmo assim a fome me fez levantar, ir até o barco assim que ele atracou na areia e perguntar quanto custava um prato feito lá naquele restaurante flutuante.
Para minha surpresa o cara disse 30 reais e que me levava no barquinho até lá e me trazia para areia de volta quando eu terminasse.
Eu não tive dúvidas! Joguei minha mochila para dentro e pulei no barquinho! Em 5 minutos estava eu com mais um casal de gringos comendo sozinhos naquele paraíso!
Depois de nadar e comer o melhor peixe de toda Volta na Ilha Grande, chegou um barco com uns 10 franceses para comer naquele lugar que eu acabara de ficar encantado!
Pena que precisava ir! Aí fui pagar a conta e pedir para o cara me levar de volta para areia e tchrããã!
O cara disse: “não precisa pagar não, amigo, segue sua caminhada”!
Meu, pegou a visão?!
Eu comi o melhor peixe em tempos, em cima de um restaurante flutuante no meio de uma praia qualquer em um paraíso chamado Ilha Grande! Era demais para o meu coração!
Nem preciso falar que segui a caminhada feliz da vida! E de barriga cheia afinal!
Dica do Rod: este restaurante flutuante se chama Bacana’s Bar e fica na Praia do Sítio Forte. Não sei se você vai conseguir o peixinho grátis, mas só a parada por ali vale muito a pena, a atmosfera é incrível!
No restante da tarde, ainda passei pelas praias da Tapera, Ubatubinha (aqui, preste atenção e siga à esquerda na bifurcação que aparecer no final da praia) e Longa, onde resolvi fazer mais uma parada, mas não para aproveitar a praia, mas sim a cachoeira que lá também tem.
Dica do Rod: na Praia da Longa, pergunte como chegar na Cachoeira da Longa. É bem perto, uns 5 minutos andando da areia.
Se preferir, é só seguir meu tracklog que lá está marcadinho!
Depois daquela refrescada na Cachoeira da Longa, mais 20 minutos de caminhada e cheguei em outro ponto alto da volta na Ilha Grande, a Lagoa Verde, onde passei a noite sozinho com direito a fogueira e uma garoa bem de leve!
Dica do Rod: bem próximo a Lagoa Verde, há espaço para montar duas barracas. Conversei com o caseiro de uma das casas que têm ali por perto e ele me autorizou dormir neste cantinho
Caso você não se sinta confiante para passar a noite ali, siga por mais uns 30 minutos até a Praia Grande de Araçatiba.
Lá, a recomendação para acampar fica para o Camping do Bené. E mais uns minutos para frente, já quase na Praia de Araçatibinha, a sugestão é ficar no Camping Bem Natural.
Quarto Dia: Lagoa Verde – Praia Grande de Araçatiba – Praia Vermelha – Gruta do Acaiá – Praia do Provetá
Amanheci sozinho em um dia nublado na Lagoa Verde.
Tratei de recolher os restos da fogueira da noite anterior, desmontei a barraca e segui para Praia Grande de Araçatiba, onde cheguei 30 minutos depois.
Ali, comi um misto quente no primeiro boteco da praia. Este lanche foi o suficiente para as próximas duas horas de caminhada, até a Praia Vermelha.
Cheguei lá umas 10h30min da manhã, depois de passar pelas praias de Araçatibinha e Itaguaçú.
Na Praia Vermelha, há alguns restaurantes onde você pode aproveitar para quebrar a caminhada.
Aqui também é o local onde você tem que se decidir se segue a volta na Ilha Grande normalmente e continua para próxima parada na Praia do Provetá, ou se você quer conhecer a Gruta do Acaiá.
*a Gruta do Acaiá está a 8 metros abaixo do nível do mar, possui cerca de 30 metros de largura e apenas 1 metro de altura, o que forma uma fenda por onde a água do mar invade e inunda parte deste salão subterrâneo. Propagada na água, a luz solar forma um espetacular fenômeno de fluorescência.
Dica do Rod: não deixe de conhecer a Gruta do Acaiá, ela é diferente de tudo que você já viu! Por ficar em propriedade privada, cobra-se uma taxa de entrada (15 reais mais ou menos), mas como disse, vale a pena!
Para variar, decidi ir para Gruta do Acaiá e não me arrependi.
A trilha tem uns 3km e demora cerca de 40 minutos a partir da Praia Vermelha.
Chegando já lá na propriedade onde fica a gruta, o acesso é feito por uma escada de madeira que desce no meio de um buraco no chão até desaparecer na escuridão.
Dica do Rod: não se esqueça da lanterna e do snorkel. Eles vão te ajudar bastante!
Para chegar ainda até onde acontece o fenômeno, depois de descer a escada, é preciso rastejar no completo breu por entre um espaço que não passa de 1m de altura. Todo esforço é recompensador, pode acreditar!
Dica do Rod: além da Gruta do Acaiá, peça para o dono da propriedade te levar no chuveirão, uma ducha que fica presa em uma rocha de frente para o mar aberto. Ficar ali sem fazer nada é sensacional!
Dica do Rod: para voltar são mais 3km e mais 40 minutos de caminhada. Portanto, caso vá encarar esta trilha à parte, peça para deixar sua mochila grande em algum bar na Praia Vermelha, pois você precisará voltar para lá a fim de continuar a volta na Ilha Grande.
Dica do Rod: se quiser ir na Gruta do Acaiá, mas sem encarar a pernada, é bem possível organizar um barco na Praia Vermelha.
Depois de conhecer a Gruta do Acaiá e tomar banho no chuveirão, voltei para a Praia Vermelha, retomei o fôlego por uns 10 minutos e me joguei para aquela que depois eu consideraria uma das piores subidas de toda a volta, a subida da Praia Vermelha até a Praia do Provetá.
Demorei um pouco mais de uma hora para matar o morro entre a Praia Vermelha e a Praia do Provetá, o que fez com que eu chegasse lá quase umas 17h.
A intenção era seguir para a Praia do Aventureiro, mas o cansaço não me permitiu.
Achei um lugar para montar a barraca e um restaurante para comer, tomei banho, dei uma volta na Vila do Provetá (segundo maior povoado de Ilha Grande) e capotei, o dia havia sido extremamente longo, mas muito proveitoso!
Dica do Rod: na Praia do Provetá, procure pelo camping do Seu João. Ele cede o quintal da própria casa para acampar e cobra no máximo 20 reais. Você ainda pode usar o banheiro e a cozinha dele. Fica de frente para a praia.
Quinto Dia: Praia do Provetá – Praia do Aventureiro – Mirante do Sundara – Pedra da Espia – Praia do Sul – Praia do Leste – Praia de Parnaioca
No primeiro horário pela manhã eu já estava com a mochila nas costas.
Agora o desafio era varar o morro entre a Praia do Provetá e a Praia do Aventureiro. E deu trabalho, viu!
Depois de mais de uma hora de subida intensa, cheguei na Praia do Aventureiro, praia esta dona do coqueiro mais famoso do Brasil!
E a praia é realmente linda e vale muito a visita! O que não faltam são opções de campings, portanto se sua vontade for ficar aqui, fique tranquilo!
Na Praia do Aventureiro rola um bom surfe, se você é daqueles que gosta das ondas do mar. E também mais duas outras atrações que você não deve perder!
Primeiro vá conhecer o Mirante do Sundara, uma caminhada de 20 minutos onde você tem uma vista panorâmica da Praia do Aventureiro.
Em segundo, dê um pulo e suba na Pedra da Espia, um local que como o próprio nome sugere, por ficar bem proeminente no mar, poderia servir de um bom lugar para espionagem.
Depois de algumas horas na Praia do Avenureiro, voltei a caminhada.
Agora chegava a hora de cruzar a parte mais intocada da ilha, as praias do Sul e do Leste, já totalmente voltadas para o mar aberto.
Dica do Rod: as praias do Sul e do Leste fazem parte da Reserva Biológica da Praia do Sul e tem sua visitação proibida. Se não for possível cruzar a praia, organize um barco na Praia do Aventureiro para a Praia da Parnaioca.
Saindo da Praia do Aventureiro, primeiro atravessei o costão rochoso do canto esquerdo e caí na Praia do Sul. Ali, a caminhada é por areia fofa, sem sombra e sem ninguém. Dura uns 45 minutos para cruzar toda a praia.
Já lá no canto esquerdo, peguei uma trilha que sai por trás das rochas, passa por um riozinho e desemboca na Praia do Leste. Aqui são mais 30 minutos de caminhada nas mesmas condições de areia fofa, ausência de sombra e pessoas.
Antes de deixar a Praia do Leste, aproveitei para nadar um pouquinho naquele mar selvagem, sem ninguém, todo para mim!
Da Praia do Leste até a Praia de Parnaioca são mais uns 40 minutos no máximo sem muito esforço.
Em Parnaioca, resolvi puxar o freio e sossegar, afinal de contas, o por do sol ali parecia que viria para me revigorar!
E não foi diferente! Comi um baita peixe no Camping da Janete e curti um excelente final de tarde tomando aquela cervejinha gelada ao lado da galera que eu acabara de conhecer por ali.
Sexto Dia: Praia de Parnaioca – Museu do Cárcere – Praia de Dois Rios – Praia do Caxadaço – Praia de Santo Antonio – Praia de Lopes Mendes – Praia das Palmas
Ufa! Esse dia seria pesado!
Depois de parar um pouco mais cedo no dia anterior, hoje precisava tirar o atraso!
E a primeira pernada do dia já era para animar: quase 12km até a Praia de Dois Rios, vilarejo onde também está o Museu do Cárcere.
Apesar da longa distância, o trecho é quase que totalmente plano, só com algumas subidas e descidas leves, portanto fique sossegado(a)!
Em 3 horas de caminhada (neste trecho você passa pela Toca das Cinzas) eu já estava na porta das ruínas do antigo presídio, que hoje virou o Museu do Cárcere.
Dica do Rod: não passe direto pelo presídio. A entrada é gratuita e vale muito a pena conhecer a história do lugar e de pessoas que passaram por ali.
Depois de visitar o museu, conheci a Praia de Dois Rios brevemente e segui minha caminhada, isso por volta das 13h.
Dica do Rod: na Praia de Dois Rios existe uma estrada de manutenção que vai direto até a Vila do Abraão. Portanto, se quiser abortar a travessia, este é o caminho!
Logo que você deixa a Praia de Dois Rios e acessa a estrada de manutenção, há uma guarita onde um guarda pede informações para saber onde você está indo.
Depois de 5 minutos caminhando pela estrada de manutenção, peguei uma trilha um pouco escondida que sai à direita da estradinha.
Esta trilha leva para a pequena, mas linda, Praia do Caxadaço. A trilha dura cerca de 45 minutos e não está bem marcada.
Fiquei um tempo na Praia do Caxadaço, encontrei uns amigos por lá por incrível que pareça e voltei para a caminhada.
Dica do Rod: a Praia do Caxadaço é um excelente local para pernoitar. Não faça como eu e leve comida suficiente para você não precisar deixar de dormir em um lugar tão legal como este.
Da Praia do Caxadaço, segui pela trilha mais fechada de toda a volta na Ilha Grande para a Praia de Santo Antonio. Era nítido que ali não passavam pessoas fazia muito tempo.
Dica do Rod: este trecho da trilha está fechado. O correto é voltar até a estrada de manutenção, seguir para o Abraão e depois fazer a trilha até Lopes Mendes.
Foi neste mesmo trecho que encontrei a única serpente de toda volta na Ilha Grande.
Apesar de ter sido um encontro rápido, estar em contato com um bicho de mais de 1 metro e meio no habitat dele não tem preço! Paga qualquer dia de caminhada!
Mais 40 minutos andando por uma trilha de difícil navegação e cheguei na Praia de Santo Antonio.
Já era final de tarde e eu queria ver o por do sol na Praia de Lopes Mendes e acampar por lá. Assim, nem fiquei muito tempo em Santo Antonio e já segui por mais 20 minutos até Lopes Mendes.
O primeiro objetivo eu cumpri, já que vi este por do sol maluco!
O segundo não consegui, mas não porque não era possível dormir em Lopes Mendes, mas sim porque não tinha nada para comer na praia e eu estava com muita fome!
Aí não tive escolha! Peguei minhas coisas e acelerei o passo para aproveitar os últimos raios de luz até chegar na próxima parada, do outro lado da ilha.
Dica do Rod: aqui é possível você pegar uma trilha para conhecer o Farol de Castelhanos da Ilha Grande. Como a trilha é longa, já estava tarde e pernoitar por lá é meio complicado pois pode haver guardas, eu acabei deixando para lá.
Detalhe: saí de um lado da ilha onde ocorria o por do sol (Praia de Lopes Mendes) e cheguei do outro lado da ilha no começo da noite com a lua nascendo (Praia das Palmas)!
Foi um dia muito intenso, extenso e com várias supresas!
Para dormir, acabei escolhendo um dos muitos campings que existem lá na Praia das Palmas, aposto que você não vai ter dificuldade em encontrar um lá também!
Sétimo Dia: Praia das Palmas – Vila do Abraão – Pico do Papagaio
Já no sétimo dia, a volta na Ilha Grande entra no seu auge!
Acordei bem cedo e fiquei curtindo a Praia das Palmas por um tempo só imaginando o que estava por vir no decorrer daquele dia.
Passado alguns minutos, desmontei a barraca, coloquei a mochila nas costas e segui para a etapa final da volta na Ilha Grande, o trecho de volta à Vila do Abraão.
Esta parte do trajeto é bem tranquila! Tem uma subida de uns 20 minutos logo depois da Praia das Palmas e é isso! Depois é só descida e finalmente o nível do mar e a Vila do Abraão após 7 longos dias!
É muito bom ver muitas pessoas juntas depois de tanto tempo. Chegar na Vila do Abraão foi ótimo, mas ainda restava a cereja do bolo: o Pico do Papagaio.
Como eu ainda tinha tempo, resolvi tomar um café da manhã reforçado e fazer uma hora na vila do Abraão antes de encarar a última subida!
Quando o relógio bateu 12h30min, eu já estava pronto, em frente à igrejinha da Vila do Abraão.
Dali, é só seguir para dentro da ilha, subindo por de trás das casas dos moradores até alcançar uma estrada de manutenção (provavelmente a mesma que sai lá do vilarejo de Dois Rios).
Nesta estrada, sobe-se por mais uns 20 minutos até chegar no início de fato da trilha do Pico do Papagaio.
Pico do Papagaio (982m acima do nível do mar)
Este é sim a cereja do bolo!
Apesar de não ser o pico mais alto da ilha, é certamente o mais bonito e famoso!
*o Pico do Olho d’Água é o maior pico da Ilha Grande com 1035m acima do nível do mar. Seu acesso, contudo, não é possível (ainda!).
Do início da trilha até o cume, são praticamente 3 horas de subidas sem intervalos.
A parte boa é que há bastante água por todo a caminho.
Cheguei no cume por volta das 16h e curti toda aquela imensidão sozinho, já que não tinha mais ninguém fazendo o mesmo que eu, apesar de que a Vila do Abraão estava lotada como em qualquer fim de semana do mês de janeiro.
A tarde já estava escorrendo pelos dedos, minha barraca já estava montada quando comecei a perceber que um temporal estava se aproximando e eu não tinha muito o que fazer, já que descer toda a trilha naquele momento não era uma opção.
Tentei ficar na barraca quando a tempestade chegou de fato, mas foi impossível! O vento estava muito forte, a barraca estava dobrando, tamanha a força que o vento imprimia nela.
O jeito foi abandonar tudo (barraca, mochila e tudo mais) lá no cume e descer o máximo possível para procurar um local abrigado, pois estavam estourando muitos raios!
Minha sorte foi achar uma pedra imensa a uns 10 minutos do cume. Eu me abriguei ali e esperei o temporal passar por mais de duas horas.
Fiquei encurralado literalmente, mas tudo no final acabou dando certo.
Depois que a chuva passou, o resto da noite foi uma tranquilidade só!
Dica do Rod: no verão não é recomendável pernoitar em picos muito altos. A chance de o tempo virar como ocorreu comigo e não ter para onde fugir é real. Não abuse dá sorte! Confira sempre a previsão do tempo!
Oitavo Dia: Pico do Papagaio – Vila do Abraão – Angra dos Reis
Depois do susto da noite anterior, eu nem acreditava que estava vendo um céu limpo e um mar calmo com o sol nascendo ao fundo.
Nada do cenário dava mostras dos perigos que eu passei no cume do Pico do Papagaio sozinho naquela noite chuvosa de verão.
Não tinha como não ter um sentimento de alívio por tudo que eu tinha passado!
Comer meu pãozinho com aquela vista e naquela paz foi tudo que eu poderia pedir depois daquele pesadelo.
Com a paz reinando de volta, havia chegado a hora de descer de volta para a Vila do Abraão.
A descida é bem mais tranquila e leva no máximo 2 horas. Por volta das 9h30min da manhã eu já estava lá embaixo.
Fiz outro café da manhã (quem anda tem fome!), comprei meu ingresso da barca pública, esperei o horário de partida e me mandei de volta para o continente encerrando a sensacional Volta na Ilha Grande!
Já em Angra dos Reis, caminhei mais uns 2km do cais da Lapa (onde a barca atraca) até a rodoviária da cidade e de lá peguei um ônibus para minha cidade natal, São Paulo!
Quer A Rota Que Eu Fiz?
Precisa do tracklog para fazer a travessia e não sabe onde conseguir? Toma aí que o Rod te dá!
Para Fechar
Espero que você tenha gostado da aventura e se inspire a colocar a mochila nas costas e se jogar por aí também!
Se precisar de qualquer coisa para que isso aconteça, pode contar comigo! É sempre um prazer abrir as janelas do mundo outdoor para você!
E se tiver mais alguma dúvida, deixe abaixo nos comentários que logo logo eu te respondo.
Abraço! Vem na Mochila!
Se Liga!
Quem gosta de viajar sabe, mesmo fazendo aquele planejamento esperto, os gastos com transporte, acomodação e hospedagem são de longe os que mais impactam uma trip.
Saber viajar barato não é tão simples como simplesmente colocar uma mochila nas costas e sair andando por aí.
Planejamento e informação são fundamentais para que sua trip dure mais, saia mais barata e você curta mais lugares além daqueles já mais batidos.
Lá no meu Instagram (@roddemochila) e no meu canal do You Tube eu dou várias dicas de como planejar sua trip de um jeito que você vai aproveitar muito mais!
Mas se seu intuito é fugir do planejamento e só aproveitar o destino escolhido, deixe que eu cumpro esta tarefa essencial para você!
Conheça o Roteiro de Viagem Personalizado Rod de Mochila e se jogue o quanto antes na estrada!
O Rod Recomenda!
Aliás, falando em planejamento e economia nas viagens, se você prefere viajar de maneira independente, recomendo muito a leitura deste e-book “Como Viajar Gastando Pouco”.
Bem direto ao ponto, vai te trazer dicas valiosas na preparação do seu rolé.
É o que sempre digo: informação nunca é demais e te salva uma boa grana!
Ainda, se quiser se aprofundar mais e descobrir grande parte dos segredos dos viajantes profissionais, se liga nisso aqui, você vai ficar de cara com a quantidade de informações que você vai receber e que te ajudarão a economizar muita prata em suas próximas viagens, além de provavelmente te render experiências que você nem imaginava que um dia teria!
Hora de mudar de vida!
Se você não quer mais que tempo e dinheiro sejam os dois principais problemas para você não viajar o tanto que gostaria (e merece!), porque não tomar atitudes que de fato façam com que você finalmente alcance sua independência?
Só reclamar e continuar se sujeitando às imposições do mercado de trabalho tradicional não vão fazer você alcançar as liberdades de tempo, financeira e geográfica que você tanto precisa para de fato guiar sua própria vida sem intromissão de um chefe qualquer.
Neste sentido, criar um negócio online é sem sombra de dúvidas a ação definitiva que você deve tomar para mudar de vida e ter mais tempo, dinheiro e autonomia necessários para você realmente decidir a respeito da sua própria vida!
A princípio, criar um negócio online pode parecer complicado, e de fato é! Mas parceiro(a), eu estou falando de mudar de vida, de finalmente você passar a viver para você e não para os outros. Será que isso não vale a pena?
Se pensa que sim, faça como eu: cerque-se de informações de qualidade, estude bastante e aplique tudo que aprender, você vai ver que quando você menos esperar, seu negócio estará todo automatizado e trabalhando para você.
Já você… Você provavelmente estará fazendo o mesmo que eu: viajando e vivendo muito mais sua própria vida!
[…] Leia esta matéria do meu amigo Rod de Mochila contando sobre seu trekking de 8 dias na região, imperdível. […]
Opa! Valeu pela indicação amigo!
Bom dia.
Relato fantástico, um dos mais completos que já encontrei.
Estou planejando ir pra Ilha Grande com minha esposa em Novembro, com a intenção de fazer a volta. Terei aproximadamente 10 dias para isto.
Você também tem relatos em vídeo sobre esta volta no canal do Youtube?
Bom dia Márcio! Muito obrigado pelas palavras! Bom, 10 dias é o tempo perfeito, você vai poder escolher lugares para passar mais de um dia e quebrar um pouco a caminhada, que é bem puxada em alguns trechos. Ainda não comecei com o Youtube, mas se quiser ver um pouco, fiz um vídeo que está no IGTV do meu Instagram, dá uma olhada lá, acho que já vai te animar bastante https://www.instagram.com/tv/B7Za6zzpECx/ Abraços!! Qualquer coisa chama!